segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

FOME

 
 
Quando ouço um homem dizer que tem que pedir uns ovos, um pão e poucas outras coisas à família porque a empresa em que trabalha vai fechar e não lhe paga o que lhe deve e que essa é a única refeição que come durante o dia…

Quando ouço outro homem dizer, de cara baixa, que tem a seu cargo o filho e os netos a quem tem que garantir uma merenda para levarem para a escola, quando a voz desse homem se embarga afirmando ser capaz de explicar ao filho que já quase não há dinheiro para nada, mas não conseguir dizer às crianças que vai ter de lhes retirar os poucos mimos que já têm…

E quando ouço ainda um terceiro homem dizer que é viúvo com três filhos e que a renda da casa está por pagar há três meses …

Quando sei que estes três homens e as suas famílias se multiplicam por muitos mais e vão continuar a multiplicar-se por mais ainda…

Recuso-me a entrar em lugares-comuns, mas algum grito tenho que dar. E o que faço a seguir? Deixo de escrever? É que perdi completamente a vontade.

E todos aqueles que afirmam que estas medidas draconianas são necessárias, senão…mas, para estes e muitos outros já não é senão nada. Já lá chegaram. Que mais condicionantes pode haver para quem já não come como gente, já não vive como gente, já não consegue olhar nos olhos da gente que ainda comemos o que precisamos de comer?

E, ainda por cima, têm vergonha de nos olhar nos olhos, como se tivessem cometido algum crime.

Não sei porque é que me veio à cabeça a Natália Correia. Talvez porque só assim, daquela forma histriónica que era a dela, se possa, se deva gritar contra a fome. Que outra maneira há de expressar isto? E o que é isto?

Não me importa a prosa. É olhar para aquela gente e, embora, vendo-os iguais a nós, não os vemos como nós. Eles estão acossados pela vida, foram marcados a ferro quente, tratados como gado, não sabem o que vai ser o futuro, mesmo o mais próximo.

E eu o que faço, que sou da mesma humanidade mas ainda não estou como eles? Ainda posso manter a minha alimentação, a maior parte dos meus hábitos.

Nunca tive fome, nem me faltaram nunca as refeições necessárias. Mas posso imaginar como me sentiria.

Nunca tive filhos, nem me faltou que lhes dar de comer. Mas posso imaginar como seria vê-los com fome.

E, se eu posso imaginar, como será a realidade?

Já não gosto das palavras que se usaram durante décadas. Estão coçadas, gastas. Que outras há que espelhem a minha desolação?

Só o silêncio mas o silêncio agora não chega.

Vou inventar as palavras que não me vêm neste momento. E, só depois, volto a escrever.
 
Augusta Clara de Matos in Estrolabio

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Chuva vermelha pode conter células extraterrestres

Chuva vermelha de Kerala (Crédito: Godfrey Louis)


Em 2001, os habitantes de Kerala, no sul da Índia, acostumaram-se a uma chuva de cor vermelha que caiu durante dois meses nas ruas da sua cidade. Godfrey Louis, físico da Universidade de Cochin de Ciência e Tecnologia interessou-se pelo fenómeno e recolheu várias amostras do que parecia um vulgar caso de contaminação.

Godfrey Louis, investigador


Sob o microscópio observou que a água não tinha pó nem areia mas continha algo com muito mais impacto: estava repleta de células vermelhas, muito parecidas aos dos micróbios da Terra, mas sem provas de DNA.     





O investigador da universidade indiana sugeriu que as células poderiam ser extraterrestres, uma ideia que despertou sorrisos de cepticismo mas recebeu a aprovação para ser publicada na revista científica Astrophysics and Space Science em 2006.

                                                                                                              
                                                     Godfrey Louis, investigador                                                                                                                                                                                                                                 
Recentemente, a equipa de Louis afirma algo ainda mais inquietante: Estas células, que acreditam ter origem noutro mundo, estão a reproduzir-se.Godfrey Louis considerou que as células descobertas na água da chuva não poderiam ser terrestres porque não encontraram provas de DNA.Os glóbulos vermelhos seriam ainda uma possibilidade mas deveriam ter sido destruídos em contacto com a água da chuva.Numa extraordinária explicação, o investigador sugeriu a possibilidade de um cometa ter-se desintegrado na atmosfera superior e salpicado as nuvens quando estas flutuavam sobre a Terra, o que explicava a chuva vermelha que surpreendeu a Índia em 2001.

Os investigadores recolheram ainda informações na região acerca de um ruído semelhante ao de um objecto que superava a barreira do som, o qual poderia ter sido provocado pela tal rocha espacial a desintegrar-se.


Chandra Wickramasinghe
Desde então, Louis continuou a estudar estas células, com a colaboração de uma equipa internacional que inclui Chandra Wickramasinghe.



O investigador da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, e um dos principais defensores da teoria da panspermia, segundo a qual a vida na Terra, como noutros mundos, foi semeada através do impacto de um cometa ou asteróide sugerindo que somos todos extraterrestres.

Células reproduzem-se a altas temperaturas

Segundo a Technology Review, publicada pelo  MIT, estes investigadores asseguram que as células estão a reproduzir-se a temperaturas de 121 graus mas expostas à temperatura ambiente são inertes. Isto é extremamente raro.

As esporas de alguns extremófilos podem sobreviver a este tipo de temperaturas e reproduzir-se a temperaturas menores. Contudo, nada do que é conhecido se comporta deste modo a estas temperaturas.

Importa realçar que apesar deste comportamento inesperado isto não implica à partida que as células sejam extraterrestres. Wickramasinghe não resiste a assinalar uma explicação.
                                           
Constelação de Monoceros
       Examinaram a forma como brilham quando bombardeadas com luz e dizem que são notavelmente parecidos a vários espectros de emissão não explicados em diferentes partes da galáxia.

Um destes lugares é o Rectângulo Vermelho, uma nuvem de gás e pó perto de uma estrela jovem na constelação de Monoceros. Ainda que não se possa admitir semelhante teoria sem mais provas, continua a ser um fascinante mistério.

in: Ciência Hoje

                                                                                             

sábado, 14 de agosto de 2010

Onda de calor é a mais grave do milénio

Incêndios na Rússia a chegar a zonas radioactivas e Portugal com pouca qualidade de ar   

A Rússia encontra-se perante uma situação de bloqueio, a nível climatérico; ou seja, o anticiclone que se formou sobre o país mostra-se quase estacionário e, associado a massas de ar quente, torna-se favorável a fortes temperaturas, ar muito seco e a insolações. A situação tem sido excepcionalmente afectada pelos grandes incêndios que lavram desde Julho passado e que se aproximam de áreas contaminadas pela explosão da central nuclear de Chernobyl. O país já está de prevenção e teme a dispersão de partículas radioactivas.
Em Moscovo, verificam-se temperaturas muito acima da normalidade sazonal e a taxa de mortalidade diária já dobrou. Todos os dias morrem 360 a 380 pessoas; agora, a média está nos 700, segundo avançou o chefe do departamento de saúde de Moscovo a vários meios de comunicação. Foi decretado o estado de emergência nas florestas e parques da cidade de Ozersk, a região de Briansk e a fronteira da Bielorrússia e Ucrânia já estão a ser afectadas.

O fumo proveniente da vegetação incendiada emana grande quantidade de monóxido de carbono, micro-partículas nocivas e deixa o índice de oxigénio do ar em baixa. As principais repercussões são dores de cabeça, irritação nos olhos, nariz e garganta, náuseas, problemas pulmonares e cardiovasculares. A exposição prolongada enfraquece o sistema imunológico.
A questão da possível libertação de elementos radioactivos requer medidas urgentes para proteger a população e territórios, mas ainda não são conhecidas situações catastróficas. Até agora, já foram reportados quase 550 incêndios florestais. Entretanto, o país foi brindado com alguma pluviosidade, mas não a suficiente.
 
Menos qualidade no ar
Em Portugal, os incêndios que têm fustigado o país e as altas temperaturas estão, igualmente, a propiciar a existência no ar de mais partículas nocivas à saúde. No Porto, já se confirma – segundo disse o pneumologista António Jorge Ferreira, a uma rádio nacional – que a qualidade do ar diminuiu e os químicos resultantes das combustões, associados às altas temperaturas, podem desencadear uma série de patologias respiratórias.

Os especialistas recomendam, a quem tem mais dificuldades respiratórias, ficar mais tempo em casa. Os grupos de maior risco são os idosos, os doentes crónicos, sobretudo os com dificuldades respiratórias, e as crianças. A Autoridade Nacional de Protecção Civil regista hoje 58 incêndios activos, em oito distritos do país e as altas temperaturas mantêm-se, apesar de já haver previsão de começarem a baixar na próxima semana.

Ondas de calor em regiões impensáveis, simultaneamente trombas de água tudo arrasam na China, Paquistão, Norte da Europa e nas ultimas horas aqui ao nosso lado, Espanha.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Islândia - erupção do vulcão Eyjafjallajokull

 
 
O curioso nome Eyjafjallajokull é o resultado da justa posição dos três substantivos: eyja, fjalla e jökull, que significam, respectivamente, ilha, montanha e geleira, ou, numa tradução livre, “geleira da montanha da ilha”. Actualmente famosa, a pequena cadeia de Eyjafjallajokull antes passava despercebida por viver à sombra da imponente geleira de Mýrdalsjökull, que sempre foi conhecida por ser uma das maiores do mundo.
 
Geologicamente, a Islândia é bastante nova, mas, para os padrões humanos de contagem de tempo, não. Segundo historiadores, a ocupação do território começou no ano de 874, pelos primeiros imigrantes noruegueses e irlandeses, que se espalharam por diversas partes do arquipélago formando povoados como o de  Eyjafjöllum – que pode ser traduzido como “embaixo do Eyjafjalls”. Situado na base do vulcão, próximo à cordilheira, seus moradores estão acostumados com a intensa actividade sísmica da área, mas não contavam com as erupções, já que as últimas aconteceram entre 1821 e 1823. Esse intervalo de 187 anos é suficiente para os geólogos classificarem o Eyjafjallajokull como uma área de intensa actividade vulcânica.
As fotos que vemos aqui foram tiradas a 30km da cratera. Não era permitida maior proximidade, mas, mesmo assim, expressam o poder de devastação das erupções. A quantidade de cinzas lançadas no ar é impressionante.



Os vulcões estão significativamente presentes no folclore islandês. Personagens e deuses ligados às crateras permeiam o imaginário popular há muitos séculos e estão mais vivos do que nunca, já que estas últimas actividades são as mais intensas desde a última Era Glacial.
Na cultura nórdica, as crateras representam a morada de entidades superiores ou até mesmo um meio de comunicação destas com os humanos. Sagas islandesas narram histórias de vilas que funcionavam em detrimento dos majestosos vulcões, e as erupções eram consideradas um castigo: como se a natureza se mostrasse imponente, sempre superior à acção do homem. 



Nada muito diferente de hoje, visto o caos na aviação civil e a repercussão que os fenómenos naturais causam nas ordinárias actividades do mundo globalizado.

in, Obvious

domingo, 27 de junho de 2010

A Máquina do Tempo

 Chegaram-nos esta semana notícias sobre a cronologia do antigo Egipto. As datas que se encontraram não foram estabelecidas com base em documentos nem em monumentos. Foram obtidas através de restos de objectos muito mais prosaicos: plantas.
Num artigo publicado na "Science", um grupo de investigadores de Inglaterra, França, Áustria e Israel obteve datações de sementes, têxteis e frutos associados a diversos reinados do antigo Egipto. 

No total, foram analisadas 211 amostras provenientes de vários museus. Os resultados confirmaram algumas hipóteses estabelecidas pelos historiadores e questionaram outras. As maiores novidades referem-se ao chamado Reino Antigo, em que se encontraram datas anteriores às anteriormente assumidas. Sendo assim, o Novo Reino, que anteriormente se pensava ter começado cerca de 1500 anos a.C., tem agora data estimada de início entre 1720 e 1640 a.C.
A leitura do artigo da "Science" e do comentário que aparece na mesma revista (p. 1489), impressiona por mostrar o papel que a física e a geologia têm para a arqueologia moderna. As datas são discutidas relacionando os vestígios da erupção de Santorini (c. 1600 a.C.), cronologias diversas de artefactos em Creta e datações de restos orgânicos através do carbono 14.

Esta última técnica foi desenvolvida pelo químico norte-americano Willard Libby, que a propôs em 1949. Como se sabe, o carbono tem vários isótopos. Este elemento, que tem sempre seis protões no seu núcleo e portanto seis electrões em órbita, pode ter um número diverso de neutrões. Recebe um número conforme o total de protões e neutrões que possui. Existem dois isótopos estáveis, o carbono 12 e o 13, e um instável, o carbono 14. Este último desintegra-se constantemente, gerando azoto, um electrão e um antineutrino.
Os isótopos estáveis são muito abundantes, enquanto do radioactivo se registam apenas vestígios. No entanto, apesar de o carbono 14 ser instável, a fracção deste isótopo na atmosfera tem permanecido relativamente constante, dada a sua criação permanente por acção de raios cósmicos.
Os seres vivos incorporam constantemente o carbono e, portanto, têm uma fracção de carbono 14 derivada da que se encontra na atmosfera. Quando morrem, contudo, o ciclo interrompe-se e o isótopo radioactivo vai decaindo a uma taxa constante. É um fenómeno físico muito curioso. Cada átomo radioactivo tem, em cada intervalo de tempo, uma probabilidade determinada de se desintegrar. 


Nunca se sabe o que vai acontecer a cada átomo em particular. Mas, tomando um número elevado de átomos, como o que existe em qualquer resto visível de planta, mesmo que diminuto, o decaimento segue uma lei muito regular. Em cada 5730 anos, metade dos átomos de carbono 14 desintegra-se. De onde resulta que, medindo a percentagem desse isótopo radioactivo que existe em cada amostra de carbono, pode-se estimar há quantos anos o animal ou a planta deixou de absorver carbono da atmosfera, ou seja, há quantos anos morreu.
Segundo o que agora se descobriu, as plantas dos faraós do antigo reino morreram há mais anos do que anteriormente se pensava.
Nuno Crato, in Expresso de 19 de Junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Descoberto planeta mais jovem fora do Sistema Solar


Estrela de Beta Pictoris b tem 12 milhões de anos
A equipa de astrónomos utilizou o Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul, no Chile, para acompanhar o movimento do exoplaneta Beta Pictoris b, um gigante com nove vezes a massa de Júpiter.

O sol do planeta, uma estrela branca chamada Beta Pictoris, é também a mais nova estrela conhecida a abrigar um planeta.



Ilustração do planeta gigante Beta Pictoris b (Crédito: L. Calçada, ESO)
Foi encontrado, através de observação directa, o planeta mais jovem fora do Sistema Solar.

A Beta Pictoris tem apenas 12 milhões de anos, contra os 4,5 mil milhões de anos do Sol do nosso Sistema Solar. Situa-se a 60 anos-luz da Terra, na constelação Pictor.

A descoberta, publicada na Science, demonstra que os planetas gigantes podem formar-se próximo das estrelas em períodos muito mais curtos do que se pensava.

Até hoje, foram encontrados 450 exoplanetas. Porém, Beta Pictoris b é um dos poucos a ter sido detectado por observação directa (sem o uso de medições indirectas, baseadas nas variações do brilho reflectido pelo planeta).

O mais recente exoplaneta descoberto pode ainda fornecer pistas sobre a formação de planetas gigantes como Júpiter.
in Ciência Hoje

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Phoenix morreu




A agência espacial norte-americana, NASA, levou a cabo várias tentativas para recuperar o sinal da sonda Phoenix, mas já é oficial: a sonda morreu. A imagem partilhada pela Nasa mostra os painéis danificados pelo gelo polar. A fotografia de 2008, após a aterragem da Phoenix, mostram outra perspectiva com os painéis solares a funcionar.
As condições rigorosas do inverno marciano – duas vezes mais longo do que na Terra – foram a principal causa para a sua deterioração. Contudo, já se previa que talvez não resistisse às condições atmosféricas.

A Phoenix aterrou em Marte, a 25 de Maio de 2008. Durante os cinco meses em que foi usada para explorar a superfície do planeta vermelho, encontrou evidências de água – o que permitiu escalar a hipótese de que haveria vida no planeta. A Nasa colocou um vídeo em homenagem à sonda que enviou à Terra imagens inéditas e ajudou a perceber melhor a região do pólo norte marciano.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Multiverso ou Universos Paralelos


 Em Ciência estamos habituados a ser surpreendidos pelas descobertas mais inimagináveis. Desde os seres no limiar da vida, até às estrelas que engoliriam todo o Sistema Solar, o Homem tem sido confrontado com um Universo cheio de surpresas para as quais muitas vezes não está preparado e que, por isso, tem levado às tomadas de posição mais extremadas e com consequências, por vezes fatais, para os seus autores/descobridores.

Dir-se-ia, no entanto, que o tempo das maiores controvérsias, das posições mais antagónicas, estava já ultrapassado. Hoje em dia temos meios de investigação ao nosso dispor que permitem verificar em relativamente pouco tempo a plausibilidade de uma teoria. A própria Ciência, dir-se-á, tem hoje regras claras para o seu funcionamento.

Mas será mesmo assim? Na realidade, nunca como hoje tivemos tanta noção do nosso desconhecimento relativamente à realidade que nos rodeia. Recordando um episódio que reflecte bem esta situação, os físicos acreditavam, no final do século XIX que tudo o que havia para descobrir, no que se referia à Física, já era do conhecimento dos cientistas da época, faltando apenas limar algumas arestas. Não foi necessário esperar muito tempo até que Einstein e a sua teoria da Relatividade Restrita viessem demonstrar o quanto estavam enganados. Também hoje em dia, há alguns cientistas que se vangloriam de estarem à beira de descobrir se Deus existe ou não.

A Cosmologia é talvez simultaneamente a ciência mais controversa e que mais alarga os nossos horizontes. Defendidas por uns como Ciência de vanguarda, atacadas por outros como sendo apenas fruto da imaginação dos seus autores, as teorias Cosmológicas têm ultrapassado em muito a criatividade dos autores de Ficção Científica e, ao mesmo tempo, permitido como nunca o livre vogar da nossa imaginação colectiva.

É exactamente neste campo que se discute actualmente uma nova perspectiva do Mundo. Este seria, de acordo com algumas teorias, não um Universo mas antes um Multiverso, conjunto infinito de Universos paralelos.

in Portal do Astrónomo
Para ler todo o artigo clique na hiperligação:
http://www.portaldoastronomo.org/cronica.php?id=99

Nebulosa da Formiga


Crédito: NASA, ESA & The Hubble Heritage Team (STScI/AURA).
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).



 Mz 3, também conhecida por Nebulosa da Formiga, é uma nebulosa planetária - o resultado de uma fase avançada da vida de uma estrela como o Sol, quando as camadas mais externas da estrela são expelidas formando uma nebulosa de gás à volta do núcleo despido da estrela - com uma extensão de 1 ano-luz. A forma bipolar de Mz 3 desafia os astrónomos a explicarem como é que uma estrela, sendo esférica, produz simetrias não esféricas tão proeminentes. Uma possível resposta consiste em admitir que no centro se encontra uma segunda estrela, menos brilhante, que órbita muito próximo da estrela visível no centro da nebulosa, exercendo forças gravitacionais muito fortes que dão esta forma ao gás expelido. Uma outra hipótese alternativa considera que a rotação da estrela juntamente com o seu forte campo magnético, cujas linhas vão tomando formas complexas que lembram spaghetti, conseguem canalizar para o espaço o vento estelar, podendo este atingir velocidades até 1 000 km/s. Estes ventos de partículas carregadas são muito densos, tornando-se visíveis devido à luz ultravioleta da estrela central, ou através das colisões supersónicas com o gás, que torna o material fluorescente.

in Portal do Astrónomo

domingo, 21 de março de 2010

NASA procura pela Estrela da Morte


A Ilustração mostra o tamanho estimado da Nemésis, ou Estrela da Morte, perto de outros corpos. Suspeita-se que ela seja uma anã-marrom. Na sequência: o Sol (sun), uma estrela de pouca massa, uma anã-marrom, Júpiter e a Terra.
Um objecto misterioso ronda um planeta sem ser notado. Invisível a seus habitantes, ele seria responsável pelo aniquilamento periódico da vida.

Se vivêssemos há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante, haveria sérias razões para temer que Darth Vader estivesse perto do pequeno planeta azul a bordo de sua nave Estrela da Morte. No entanto, nos dias de hoje, bem aqui no Sistema Solar e longe da saga Star Wars, cientistas suspeitam da existência de um objecto desconhecido que pode ter sido responsável por grandes extinções em massa na Terra. A Nemésis, também conhecida como Estrela da Morte, seria uma estrela anã vermelha ou marrom maior do que Júpiter. Sua presença afectaria periodicamente o cinturão de asteróides que ronda nosso sistema, enviando detritos em direcção aos planetas. Na ausência de um mestre Yoda para localizar o objecto apenas com a força, a Agência Espacial Americana conta com seu recém-lançado instrumento WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer), que começou a funcionar em 14 de Janeiro, para confirmar ou refutar de vez a existência desse corpo celeste. Mas, por que a NASA investigará algo que nunca viu? E o que seria a Estrela da Morte? Na verdade, a Nemésis é uma teoria proposta para explicar os ciclos de extinção em massa na Terra – como o asteróide que aniquilou os dinossauros há 65 milhões de anos.

O Sistema Solar é cercado por um cinturão de corpos chamado Nuvem Oort. Se nosso Sol fizesse parte de um sistema binário, no qual duas estrelas estão gravitacionalmente presas a um centro de massa comum, a interacção entre elas poderia perturbar a Nuvem de Oort de tempo em tempos, regularmente enviando cometas em nossa direcção. Essa ideia não é improvável, já que um terço das estrelas na Via Láctea são binárias ou parte de um sistema múltiplo. Anãs vermelhas também são muito comuns – seriam o tipo mais comum da galáxia. Já anãs-marrons são difíceis de localizar e, por isso, astrónomos nunca teriam conseguido visualizar a suposta Estrela da Morte. Por serem mais frias, somente com infra vermelho é possível achá-las – daí a importância do WISE na história. No entanto, apesar de muitas explicações, a teoria de que cometas venham causando destruições periódicas na Terra também não foi comprovada – deixando muito espaço para discussão. Quer tenha ou não causado extinções anteriores, surgem novos dados que indicariam a existência de um companheiro para o Sol.

Na Astrobiology Magazine, uma publicação da NASA, a Agência fala, por exemplo, da descoberta recente de um planeta anão chamado Sedna. Com uma órbita muito grande e incomum, entre 76 e 975 vezes a distância da Terra para o Sol, ele levaria até 12 mil anos para fazer a volta completa no astro. Esses números estranhos fizeram com que alguns cientistas afirmassem que a localização de Sedna simplesmente não fazia sentido. Afinal, ela nunca chega perto o suficiente para ser afectado pelo Sol, mas não se afasta o suficiente para ser afectado por outras estrelas.

Daí a existência de um objecto desconhecido seja responsável pela localização do planeta. Alguns cientistas estimam que Nemesis esteja a cerca de um terço de ano-luz do Sol – para efeito de comparação, a estrela mais próxima conhecida é Próxima Centauri, a 4,2 anos-luz.

Antes que a polémica cresça ainda mais, a NASA pretende resolver o mistério. Parte da missão WISE é justamente vasculhar o céu em busca de anãs-marrons a até 25 anos-luz de distância. O mapeamento deve terminar em Outubro e, a partir da análise dos dados, os cientistas devem enfim descobrir a verdade sobre a existência da Estrela da Morte. Que a força esteja com ele.
FONTE

sexta-feira, 19 de março de 2010

Amar a Morte


Amar de peito aberto a morte.
Não de esguelha, de frente.

Amar a morte,
digamos,
despudoradamente.

Amá-la como se ama
uma bela mulher
e inteligente.Amá-la
diariamente
sabendo que por mais
que a amemos
ela se deitará
com uns e outros
indiferente.

Affonso Romano de Sant'Anna
Foto:Christian Coigny
in Conde D.Juan

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Adoçantes

  Aproxima-se o Verão e quer ver-se livre dos incómodos "pneus" e celulite, chegou à conclusão de que a partir de agora não vai comer mais açúcar e vai substituí-lo por "adoçante" sintético - sempre que bebe um refrigerante passa a pedir um "sugar free" ou "diet" ou "sem açúcar" e sempre que vai ao café pede "adoçante" em vez de açúcar.
Pois bem, se quer um bom conselho não faça isso: se o açúcar é extremamente prejudicial para a saúde é ainda assim melhor (difícil de acreditar, não é?) do que os adoçantes sintéticos disponíveis no mercado. Existem muitos estudos que ligam estes produtos a problemas como o cancro da bexiga, esclerose múltipla, Alzheimer e muitos outros.
De entre todos, o pior parece ser Aspartame, utilizado em refrigerantes, pastilhas elásticas e outros. Actualmente, nos Estados Unidos existe uma enorme campanha para banir o Aspartame do mercado e segundo a FDA (Food and Drug Administration) os sintomas mais comuns deste produto sintético são:
Dor Abdominal, Dor Artrítica, Fadiga Crónica, Depressão, Diarreias, Tonturas, Fome ou Sede Excessivas, Dores de Cabeça, Enxaquecas, Palpitações Cardíacas, Urticária, Incapacidade de Concentração, Impotência, Dores Articulares, Mudanças de Personalidade, Perda de Memória, Problemas Menstruais, Adormecimento das Extremidades, Ataques de Pânico, Fobias, Convulsões, Zumbido nos Ouvidos, Perda de Visão, Aumento de Peso.
Está impressionado? No entanto, estes são apenas os sintomas mais comuns, a lista de todos os sintomas possíveis é enorme e provavelmente ocuparia metade do espaço deste artigo. Se apresenta alguns destes sintomas sem causa aparente e se ao mesmo tempo é um apreciador dos alimentos "diet" ou "sugar free", experimente cortar com eles durante um mês ou dois e provavelmente sentirá uma grande melhoria. Pelo menos, assim é demonstrado pelos muitos estudos realizados nos Estados Unidos sobre este fenómeno moderno dos adoçantes sintéticos.
E agora, que fazer? O açúcar é prejudicial, os adoçantes são piores, será que não podemos gozar a doçura, especialmente quando a vida nalguns casos tem um sabor tão amargo?
A resposta é sim; existem muitas alternativas doces no mercado actual; em primeiro lugar, se reduzirmos o consumo de produtos animais (particularmente carne) e começarmos a comer no dia a dia hidratos de carbono complexos (presentes nos cereais, vegetais, feijões), deixamos de ter desejo por alimentos muito doces; segundo, há um bom número de opções no que toca a adoçantes naturais, que passo a citar:
Mel ou Malte de Arroz - Este xarope equilibrado, com um grande teor de maltose e de hidratos de carbono complexos, é absorvido de uma forma lenta e gradual na corrente sanguínea; tem uma doçura subtil e um sabor rico. Este xarope utiliza cevada germinada para criar um adoçante equilibrado, cujo segredo está na fermentação enzimática.
Malte de Cevada - Este adoçante é semelhante ao malte de arroz, mas o arroz é substituído por cevada e a cevada germinada transforma os amidos do cereal num adoçante complexo que é digerido gradualmente.
Fruta - Purés de fruta, manteigas ou pastas de fruta seca ou cozinhada são adoçantes excelentes uma vez que contêm menos água, o que concentra o sabor e conteúdo natural do açúcar.
Amasake - Um adoçante tradicional no Oriente, produzido a partir de diferentes cereais, geralmente arroz integral; tem uma consistência espessa e a textura de um pudim.
Os adoçantes acima mencionados, são na minha opinião os mais saudáveis e que, consequentemente devem ser utilizados com mais regularidade; outros adoçantes naturais possíveis estão listados abaixo - sugiro-lhe que os utilize com muito mais moderação, apenas em situações especiais.
Frutose - Muito na moda actualmente, este açúcar simples refinado, tem a mesma estrutura molecular do açúcar da fruta; é cerca de duas vezes mais doce do que o açúcar branco, no entanto liberta glicose na corrente sanguínea mais lentamente. Contudo, a frutose pode subir os níveis de triglicéridos, particularmente em pessoas com um estilo de vida mais sedentário.
Sumo de fruta Concentrado - Estes sumos, denominados "modificados", têm um efeito semelhante ao açúcar branco, perderam o sabor da fruta assim como os nutrientes. Se comprar concentrados de fruta escolha aqueles que são evaporados em vácuo (se não vier mencionado no rótulo, prefira outros), e que mantêm o sabor e aroma, para além das vitaminas e minerais. Cuidado com os concentrados de sumo de uva que não sejam biológicos (de agricultura orgânica): o resíduo de pesticidas pode ser muito elevado.
Mel - Uma abelha necessita de toda uma vida para produzir uma colher de sopa de mel. O mel consiste essencialmente de glucose e frutose e é duas vezes mais doce do que o açúcar, sendo muito rapidamente absorvido na corrente sanguínea. O mel, se produzido na sua zona geográfica, pode ajudar a combater a febre dos fenos e ser útil nalguns problemas cardíacos. Nota: em crianças com menos de um ano de idade o mel pode levar a uma forma tóxica, mesmo fatal, de botulismo.
Melaço - O melaço, obtido a partir do açúcar, é um açúcar simples altamente processado que entra rapidamente na corrente sanguínea. O melaço pode também conter resíduos químicos associados à cultura e processamento do açúcar branco. Se alguma vez utilizar melaço, utilize apenas aquele que é biológico (produzido sem produtos químicos).
Outros adoçantes possíveis de relativa boa qualidade são malte de trigo e geleia de milho, isto mencionando apenas aqueles mais facilmente adquiridos no mercado nacional.
Espero que todas estas alternativas lhe agradem; não esqueça porém, que a melhor forma de obtermos doçura na vida é através de actividades que nos dêem prazer, relacionamentos (de amizade ou românticos) gratificantes e um estilo de vida em que equilibramos actividades profissionais com outras mais relaxantes.
No próximo artigo escreverei sobre um alimento pouco conhecido da maioria dos portugueses, no entanto extremamente benéfico para a saúde: as algas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Bisfenol A. Aumentam alertas sobre o tóxico dos plásticos


ASAE francesa recomenda evitar aquecer alimentos a altas temperaturas. Peritos europeus reúnem-se em Abril para rever estudos.
As autoridades mundiais estão a apertar o cerco ao bisfenol A (BPA), um químico presente no plástico e repetidamente apontado como nocivo e potencial causador de cancro e infertilidade. Além dos riscos que lhe estão associados, o BPA está presente em gestos habituais do dia-a-dia como o de beber de uma garrafa de plástico ou de um biberão. Na sexta-feira passada, a ASAE francesa admitiu que há "sinais de alerta" sobre os efeitos tóxicos do químico presente em biberões, enlatados, garrafas de plástico e chupetas. Antes deste alerta, já a Agência Europeia para a Segurança Alimentar (AESA) tinha ouvido as preocupações da Food and Drug Administration (FDA) - agência que regula comida e medicamentos nos EUA - sobre os efeitos do BPA nos fetos e em crianças e agendou uma reunião com todos os estados- -membros para o início de Abril. A AESA admite a "relevância de um novo estudo sobre os possíveis efeitos no desenvolvimento neurológico do BPA" e compromete-se a rever a dose diária tolerável no organismo se necessário.

Um relatório da Agence Française de Sécurité Sanitaire des Aliments (AFSSA) recorda aos consumidores que devem "evitar aquecer a altas temperaturas alimentos em biberões e recipientes em policarbonato [plástico que contêm BPA]", embora não fixe uma temperatura máxima recomendada.

Com base numa experiência em ratinhos, os peritos franceses apontam para a existência de riscos na exposição in utero e pós--natal, mesmo numa dose inferior "à tolerável fixada pela AESA" - 50 microgramas/kg /dia. Vários estudos apontam que o BPA imita a actividade das hormonas naturais alterando o equilíbrio endócrino. Esta mudança pode elevar os riscos de danos cerebrais estruturais, obesidade, problemas reprodutivos, cancro, doenças cardiovasculares e perturbações comportamentais.

A comunidade científica ainda não é consensual sobre como o contacto dos alimentos com o BPA afecta as pessoas, mas vários estudos referem que os plásticos de poli-carbonato riscados e a exposição a altas temperaturas são factores que podem aumentar o risco de migração do BPA para os alimentos. Contactada pelo i, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) disse considerar "a recomendação da AFFSSA uma medida preventiva" e garante que "não há risco para o consumidor em condições correntes de uso". Ainda assim, admite rever a matéria na reunião europeia em Abril.No Canadá, o uso do BPA foi proibido nos biberões em 2008. Os EUA autorizam-no, mas as empresas passaram a produzi-los sem bisfenol A, depois de uma recomendação da FDA nesse sentido. Após detectar BPA na urina de 90% dos americanos, a administração Obama deu 30 milhões de dólares para investigar a substância. A FDA divulgará as conclusões finais dentro de 24 meses.
Por Sandra Pereira, Jornal I

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Alimentos Geneticamente Modificados

Os alimentos transgénicos ou alimentos geneticamente manipulados começaram a ser introduzidos em maior escala no mercado mundial, particularmente no mercado americano, em 1996 e desde então os consumidores dos principais países europeus têm-se manifestado abertamente contra a introdução destes alimentos no mercado, particularmente sem uma conveniente rotulação que identifique claramente se os ingredientes utilizados num determinado produto alimentar foram ou não geneticamente manipulados.
Em Portugal, país de brandos costumes, pouco se tem falado ou escrito sobre o assunto e não existe um verdadeiro movimento que discuta o potencial perigo deste tipo de alimentos para a saúde humana e ambiental.
Por tudo o que tenho lido e estudado sobre o assunto sou manifestamente contra a utilização de alimentos transgénicos e penso que corremos um enorme risco ao permitirmos que eles entrem em nossas casas, na maioria das vezes de uma forma totalmente escamoteada. Neste momento no mercado americano estão disponíveis transgénicos do milho, feijão soja, batatas, abóbora, papaia assim como leite e outros produtos lácteos derivados de vacas tratadas com uma hormona geneticamente manipulada (rBST) e existem já uma grande variedade de enzimas geneticamente manipuladas que são utilizadas pela indústria de processamento alimentar.
Caso não saiba, o feijão soja e os derivados do milho por exemplo, são utilizados em centenas de produtos existentes nas prateleiras dos supermercados, como margarinas, bolachas, iogurtes, chocolates, etc.
Na realidade a manipulação genética é uma experiência científica à escala mundial em que todos somos cobaias e da qual não se sabe minimamente quais vão ser os resultados. Enquanto que um produto farmacêutico requer muitas vezes 15 anos de testes rigorosos para ser aprovado (e ainda assim muitas vezes é retirado do mercado) os alimentos GM não foram sujeitos a um escrutínio rigoroso, tendo em consideração os efeitos a médio e a longo prazo na saúde e no ambiente. Isto, porque quem parece lucrar com todo este processo são meia dúzia de multinacionais que exercem uma enorme influência junto de governos e da "elite" intelectual e económica mundial. Segundo um artigo recente da "Time" já se testaram cerca de 4500 plantas GM e para as companhias de biotecnologia isto representa um aumento de vendas de 75 milhões de dólares para 1,5 biliões de dólares anuais em apenas dois anos.
A filosofia subjacente à manipulação genética é de que a natureza não é perfeita e de que a ciência pode substituir o seu papel, com melhores resultados: podemos ter melhores colheitas, evitar a fome no Mundo e ter espécies vegetais mais resistentes a pragas. Infelizmente, nenhum destes pressupostos está provado e os problemas mencionados existem e continuarão a existir enquanto não se alterarem muitas das realidades económicas e sociais modernas.
As colheitas GM são imprevisíveis e existem numerosos artigos nos principais jornais médicos avisando das suas possíveis consequências. O "New England Journal of Medicine" (um dos mais prestigiados jornais médicos mundiais) alertou para o risco do aumento de alergias mortais e criticou a FDA (Food and Drug Administration) por favorecer a indústria em detrimento da protecção do consumidor.
O que são na realidade os alimentos geneticamente manipulados?
São alimentos cujos genes foram modificados ou manipulados pelos humanos de forma a que exibem características que não teriam no seu estado natural. A engenharia genética cruza espécies que naturalmente não se cruzariam. Assim, por exemplo, cruzaram-se genes de um peixe em morangos e em tomates.
As culturas onde se utiliza mais manipulação genética são o feijão soja, o milho, colza e algodão. A maioria dos organismos GM existem em duas variedades: "resistente aos insectos" e "tolerante aos herbicidas". As culturas resistentes aos insectos são também chamadas "pesticidas plantas" porque a planta é considerada (e regulada) como um novo insecticida. A planta à medida que cresce produz uma toxina de insecto em cada célula e durante toda a estação de crescimento. Quando comemos milho GM resistente a insectos, por exemplo, estamos a comer um pesticida.
Antigamente, um agricultor tinha que ter cuidado com a utilização de herbicidas porque estes podiam destruir a colheita. Agora a cultura é alterada geneticamente de forma que não seja danificada pelo produto químico. Como resultado, os agricultores podem utilizar muito mais pesticidas, que vão terminar no nosso prato à hora das refeições.
Ao mesmo tempo, quando os organismos GO são libertados no ambiente qualquer estrago que produzam é irreversível. Os organismos GO são organismos vivos, pelo que se podem multiplicar, mutar, reproduzir-se com outros organismos vivos, durante muitas gerações. Potencialmente, a poluição biológica produzida pelos organismos geneticamente manipulados é muito mais perigosa do que a poluição química ou nuclear.
A mim, estas técnicas assustam-me, porque acredito que existe uma ordem natural à qual não devemos e não podemos fugir. Brincarmos a Deus é perigoso, letal e demonstra uma enorme arrogância para com uma Natureza que é misteriosa, mas generosa, justa e perfeita. Existem formas de alimentar todo o mundo, se para tal, utilizarmos métodos de agricultura e estilos de vida mais equilibrados e sustentáveis.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Ginecologistas franceses lutam pela existência do ponto G



Um grupo de ginecologistas tentam provar a existência do ponto G, reagindo assim aos estudos recentes do King’s College e que confirmavam que a suposta zona erógena feminina, que provocaria elevados níveis de excitação sexual e orgasmos quando estimulada não existe.
O estudo britânico, que analisou mais 1,8 mil mulheres sexualmente activas, concluiu que o tal ponto G era fruto da imaginação colectiva das mulheres. Os franceses, por outro lado, consideram a investigação “uma abordagem totalitária da sexualidade feminina”.
"O estudo do King's College mostra falta de respeito em relação ao que as mulheres dizem", afirma o cirurgião francês Pierre Foldès, co-autor de uma técnica para reparar os danos causados por excisões do clítoris.
"As conclusões estão completamente erradas porque foram baseadas somente em observações de ordem genética. É evidente que existem variabilidades na sexualidade feminina", confirma Foldès. Isto é, para o médico francês, os britânicos partiram do pressuposto (errado) de que todos os pontos G seriam semelhantes.  Explica: “Existem três ideias falsas sobre o ponto G: pensar que ele está situado na mesma área em cada mulher, que ele teria o tamanho de uma moeda de 50 cêntimos e que ele permite ter sempre um orgasmo", diz o ginecologista. Afinal parece que não. O ponto G “é uma área que  cada mulher aprende a conhecer no decorrer das suas experiências sexuais. É provável que todas tenham um, mas apenas um terço delas conhece a sua existência”, diz ainda Foldès.
A teoria do ponto G foi apresentada ao mundo em 1950 pelo médico alemão Ernst Gräfenberg.
in   i 31jan2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Falsa Pandemia: empresas farmacêuticas lucraram com o pânico da gripe suína, afirmou o chefe da Agência de Saúde Européia


O surto de gripe suína era uma “falsa pandemia” movida por empresas de medicamentos que fizeram biliões de libras através do pânico em todo o mundo, alegou um importante especialista europeu em saúde.
Wolfgang Wodarg, chefe de saúde do Conselho da Europa, acusou os fabricantes de medicamentos e vacinas da gripe de influenciar a decisão da Organização Mundial de Saúde de declarar uma pandemia.
Isto levou a que as empresas farmacêuticas assegurassem “enormes lucros”, enquanto os países, incluindo o Reino Unido, “desperdiçaram” seus parcos orçamentos da saúde com milhões que estão sendo vacinados contra uma doença relativamente branda.
A resolução proposta pelo Dr. Wodarg pedindo uma investigação sobre o papel das empresas de droga foi aprovada pelo Conselho da Europa, o “senado” baseado em Estrasburgo que é responsável pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Um debate de urgência sobre a questão será realizado ainda este mês.
As afirmações do Dr. Wodarg emergem no mesmo momento em que o governo britânico está tentando desesperadamente se livrar de 1 bilião de libras em vacina da gripe suína, encomendadas na época do pânico.
O Departamento de Saúde britânico alertou que poderia haver até 65.000 mortes por causa da gripe suína, criou uma linha telefónica e site especial para aconselhamento, suspendeu as regras normais para drogas anti-gripe para que pudessem ser dadas sem receita médica e aconselhou às autoridades locais para se prepararem para uma pandemia grave.
Planejadores foram orientados a prepararem os necrotérios para uma grande número de mortes e houve alertas de que o Exército poderia ser chamado para evitar tumultos enquanto a população lutasse para obter drogas.
Mas com menos de 5.000 pessoas na Inglaterra contraindo a doença até a semana passada e apenas 251 mortes no total, Dr. Wodarg definiu o surto do H1N1 como “um dos maiores escândalos médicos do século”.
Ele afirmou: “O que tivemos foi uma gripe leve – e uma falsa pandemia.”
Ele acrescentou que as sementes do pânico foram semeadas cinco anos atrás, quando se temia que o vírus mais letal da gripe aviária poderia se transformar em uma forma humana.
O “clima de pânico” levou os governos a estocar o remédio anti-gripe Tamiflu e criando “contratos adormecido” para milhões de doses de vacina.
Dr Wodarg afirmou: “Os governos fecharam contratos com produtores de vacinas onde assegurariam as encomendas com antecedência e tomariam para si quase toda a responsabilidade.
“Desta forma, os produtores de vacinas teriam a certeza de enormes lucros sem qualquer risco financeiro.
‘Então, eles só esperariam até que a OMS declarasse a “pandemia” e activassem os contratos. ”
Ele também afirma que para continuar a avançar os seus interesses, as principais fabricantes de medicamentos colocaram ’seu pessoal’ nas “engrenagens” da OMS e outras organizações influentes.
Ele acrescentou que sua influência poderia ter conduzido a OMS a suavizar a sua definição de pandemia – levando à declaração de um surto mundial em Junho passado.
Dr Wodarg disse: “A fim de promover os seus medicamentos patenteados e de vacinas contra a gripe, as empresas farmacêuticas influenciaram os cientistas e os órgãos oficiais, responsáveis pelas normas de saúde pública, para alardear os governos pelo mundo inteiro.
“Eles nos fizeram esbanjar parcos recursos de saúde para estratégias de vacina ineficientes e que milhões de pessoas saudáveis fossem expostas desnecessariamente ao risco dos efeitos colaterais desconhecidos de vacinas insuficientemente testadas.
Ele não dá os nomes de ingleses com os conflitos de interesse.
Mas no ano passado, o Daily Mail revelou que Sir Roy Anderson, um cientista que aconselha o Governo sobre a gripe suína, também possui um salário de 116.000 libras por ano no conselho da GlaxoSmithKline (GSK).
A GSK produz drogas e vacinas anti-gripe e deve ser uma das maiores beneficiárias da pandemia.
O Departamento de Saúde britânico afirmou que embora a doença pareça estar em declínio, não descarta uma terceira onda, e insiste que todos as pessoas que podem receber a vacina que o façam.
P professor David Salisbury, chefe de imunização do governo britânico, disse que não havia “nenhuma razão” para as alegações do Dr Wodarg, dizendo que as pessoas com conflitos de interesse foram mantidos fora do processo decisório.
Um porta-voz da GSK declarou: “Alegações de influência indevida são equivocadas e infundadas. A OMS declarou que o vírus H1N1 preenchiam os critérios para uma pandemia. Como a OMS afirmou, regulamentos legais e inúmeras salvaguardas existem para evitar eventuais conflitos de interesse. ”
A empresa, que ainda emprega Sir Roy, disse que ele tinha declarado os seus interesses comerciais e não tinha qualquer participação em reuniões relacionadas com a compra de drogas ou vacina para o Governo ou GSK.
Fontes:

Daily Mail: The ‘false’ pandemic: Drug firms cashed in on scare over swine flu, claims Euro health chief
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