quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Adoçantes

  Aproxima-se o Verão e quer ver-se livre dos incómodos "pneus" e celulite, chegou à conclusão de que a partir de agora não vai comer mais açúcar e vai substituí-lo por "adoçante" sintético - sempre que bebe um refrigerante passa a pedir um "sugar free" ou "diet" ou "sem açúcar" e sempre que vai ao café pede "adoçante" em vez de açúcar.
Pois bem, se quer um bom conselho não faça isso: se o açúcar é extremamente prejudicial para a saúde é ainda assim melhor (difícil de acreditar, não é?) do que os adoçantes sintéticos disponíveis no mercado. Existem muitos estudos que ligam estes produtos a problemas como o cancro da bexiga, esclerose múltipla, Alzheimer e muitos outros.
De entre todos, o pior parece ser Aspartame, utilizado em refrigerantes, pastilhas elásticas e outros. Actualmente, nos Estados Unidos existe uma enorme campanha para banir o Aspartame do mercado e segundo a FDA (Food and Drug Administration) os sintomas mais comuns deste produto sintético são:
Dor Abdominal, Dor Artrítica, Fadiga Crónica, Depressão, Diarreias, Tonturas, Fome ou Sede Excessivas, Dores de Cabeça, Enxaquecas, Palpitações Cardíacas, Urticária, Incapacidade de Concentração, Impotência, Dores Articulares, Mudanças de Personalidade, Perda de Memória, Problemas Menstruais, Adormecimento das Extremidades, Ataques de Pânico, Fobias, Convulsões, Zumbido nos Ouvidos, Perda de Visão, Aumento de Peso.
Está impressionado? No entanto, estes são apenas os sintomas mais comuns, a lista de todos os sintomas possíveis é enorme e provavelmente ocuparia metade do espaço deste artigo. Se apresenta alguns destes sintomas sem causa aparente e se ao mesmo tempo é um apreciador dos alimentos "diet" ou "sugar free", experimente cortar com eles durante um mês ou dois e provavelmente sentirá uma grande melhoria. Pelo menos, assim é demonstrado pelos muitos estudos realizados nos Estados Unidos sobre este fenómeno moderno dos adoçantes sintéticos.
E agora, que fazer? O açúcar é prejudicial, os adoçantes são piores, será que não podemos gozar a doçura, especialmente quando a vida nalguns casos tem um sabor tão amargo?
A resposta é sim; existem muitas alternativas doces no mercado actual; em primeiro lugar, se reduzirmos o consumo de produtos animais (particularmente carne) e começarmos a comer no dia a dia hidratos de carbono complexos (presentes nos cereais, vegetais, feijões), deixamos de ter desejo por alimentos muito doces; segundo, há um bom número de opções no que toca a adoçantes naturais, que passo a citar:
Mel ou Malte de Arroz - Este xarope equilibrado, com um grande teor de maltose e de hidratos de carbono complexos, é absorvido de uma forma lenta e gradual na corrente sanguínea; tem uma doçura subtil e um sabor rico. Este xarope utiliza cevada germinada para criar um adoçante equilibrado, cujo segredo está na fermentação enzimática.
Malte de Cevada - Este adoçante é semelhante ao malte de arroz, mas o arroz é substituído por cevada e a cevada germinada transforma os amidos do cereal num adoçante complexo que é digerido gradualmente.
Fruta - Purés de fruta, manteigas ou pastas de fruta seca ou cozinhada são adoçantes excelentes uma vez que contêm menos água, o que concentra o sabor e conteúdo natural do açúcar.
Amasake - Um adoçante tradicional no Oriente, produzido a partir de diferentes cereais, geralmente arroz integral; tem uma consistência espessa e a textura de um pudim.
Os adoçantes acima mencionados, são na minha opinião os mais saudáveis e que, consequentemente devem ser utilizados com mais regularidade; outros adoçantes naturais possíveis estão listados abaixo - sugiro-lhe que os utilize com muito mais moderação, apenas em situações especiais.
Frutose - Muito na moda actualmente, este açúcar simples refinado, tem a mesma estrutura molecular do açúcar da fruta; é cerca de duas vezes mais doce do que o açúcar branco, no entanto liberta glicose na corrente sanguínea mais lentamente. Contudo, a frutose pode subir os níveis de triglicéridos, particularmente em pessoas com um estilo de vida mais sedentário.
Sumo de fruta Concentrado - Estes sumos, denominados "modificados", têm um efeito semelhante ao açúcar branco, perderam o sabor da fruta assim como os nutrientes. Se comprar concentrados de fruta escolha aqueles que são evaporados em vácuo (se não vier mencionado no rótulo, prefira outros), e que mantêm o sabor e aroma, para além das vitaminas e minerais. Cuidado com os concentrados de sumo de uva que não sejam biológicos (de agricultura orgânica): o resíduo de pesticidas pode ser muito elevado.
Mel - Uma abelha necessita de toda uma vida para produzir uma colher de sopa de mel. O mel consiste essencialmente de glucose e frutose e é duas vezes mais doce do que o açúcar, sendo muito rapidamente absorvido na corrente sanguínea. O mel, se produzido na sua zona geográfica, pode ajudar a combater a febre dos fenos e ser útil nalguns problemas cardíacos. Nota: em crianças com menos de um ano de idade o mel pode levar a uma forma tóxica, mesmo fatal, de botulismo.
Melaço - O melaço, obtido a partir do açúcar, é um açúcar simples altamente processado que entra rapidamente na corrente sanguínea. O melaço pode também conter resíduos químicos associados à cultura e processamento do açúcar branco. Se alguma vez utilizar melaço, utilize apenas aquele que é biológico (produzido sem produtos químicos).
Outros adoçantes possíveis de relativa boa qualidade são malte de trigo e geleia de milho, isto mencionando apenas aqueles mais facilmente adquiridos no mercado nacional.
Espero que todas estas alternativas lhe agradem; não esqueça porém, que a melhor forma de obtermos doçura na vida é através de actividades que nos dêem prazer, relacionamentos (de amizade ou românticos) gratificantes e um estilo de vida em que equilibramos actividades profissionais com outras mais relaxantes.
No próximo artigo escreverei sobre um alimento pouco conhecido da maioria dos portugueses, no entanto extremamente benéfico para a saúde: as algas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Bisfenol A. Aumentam alertas sobre o tóxico dos plásticos


ASAE francesa recomenda evitar aquecer alimentos a altas temperaturas. Peritos europeus reúnem-se em Abril para rever estudos.
As autoridades mundiais estão a apertar o cerco ao bisfenol A (BPA), um químico presente no plástico e repetidamente apontado como nocivo e potencial causador de cancro e infertilidade. Além dos riscos que lhe estão associados, o BPA está presente em gestos habituais do dia-a-dia como o de beber de uma garrafa de plástico ou de um biberão. Na sexta-feira passada, a ASAE francesa admitiu que há "sinais de alerta" sobre os efeitos tóxicos do químico presente em biberões, enlatados, garrafas de plástico e chupetas. Antes deste alerta, já a Agência Europeia para a Segurança Alimentar (AESA) tinha ouvido as preocupações da Food and Drug Administration (FDA) - agência que regula comida e medicamentos nos EUA - sobre os efeitos do BPA nos fetos e em crianças e agendou uma reunião com todos os estados- -membros para o início de Abril. A AESA admite a "relevância de um novo estudo sobre os possíveis efeitos no desenvolvimento neurológico do BPA" e compromete-se a rever a dose diária tolerável no organismo se necessário.

Um relatório da Agence Française de Sécurité Sanitaire des Aliments (AFSSA) recorda aos consumidores que devem "evitar aquecer a altas temperaturas alimentos em biberões e recipientes em policarbonato [plástico que contêm BPA]", embora não fixe uma temperatura máxima recomendada.

Com base numa experiência em ratinhos, os peritos franceses apontam para a existência de riscos na exposição in utero e pós--natal, mesmo numa dose inferior "à tolerável fixada pela AESA" - 50 microgramas/kg /dia. Vários estudos apontam que o BPA imita a actividade das hormonas naturais alterando o equilíbrio endócrino. Esta mudança pode elevar os riscos de danos cerebrais estruturais, obesidade, problemas reprodutivos, cancro, doenças cardiovasculares e perturbações comportamentais.

A comunidade científica ainda não é consensual sobre como o contacto dos alimentos com o BPA afecta as pessoas, mas vários estudos referem que os plásticos de poli-carbonato riscados e a exposição a altas temperaturas são factores que podem aumentar o risco de migração do BPA para os alimentos. Contactada pelo i, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) disse considerar "a recomendação da AFFSSA uma medida preventiva" e garante que "não há risco para o consumidor em condições correntes de uso". Ainda assim, admite rever a matéria na reunião europeia em Abril.No Canadá, o uso do BPA foi proibido nos biberões em 2008. Os EUA autorizam-no, mas as empresas passaram a produzi-los sem bisfenol A, depois de uma recomendação da FDA nesse sentido. Após detectar BPA na urina de 90% dos americanos, a administração Obama deu 30 milhões de dólares para investigar a substância. A FDA divulgará as conclusões finais dentro de 24 meses.
Por Sandra Pereira, Jornal I

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Alimentos Geneticamente Modificados

Os alimentos transgénicos ou alimentos geneticamente manipulados começaram a ser introduzidos em maior escala no mercado mundial, particularmente no mercado americano, em 1996 e desde então os consumidores dos principais países europeus têm-se manifestado abertamente contra a introdução destes alimentos no mercado, particularmente sem uma conveniente rotulação que identifique claramente se os ingredientes utilizados num determinado produto alimentar foram ou não geneticamente manipulados.
Em Portugal, país de brandos costumes, pouco se tem falado ou escrito sobre o assunto e não existe um verdadeiro movimento que discuta o potencial perigo deste tipo de alimentos para a saúde humana e ambiental.
Por tudo o que tenho lido e estudado sobre o assunto sou manifestamente contra a utilização de alimentos transgénicos e penso que corremos um enorme risco ao permitirmos que eles entrem em nossas casas, na maioria das vezes de uma forma totalmente escamoteada. Neste momento no mercado americano estão disponíveis transgénicos do milho, feijão soja, batatas, abóbora, papaia assim como leite e outros produtos lácteos derivados de vacas tratadas com uma hormona geneticamente manipulada (rBST) e existem já uma grande variedade de enzimas geneticamente manipuladas que são utilizadas pela indústria de processamento alimentar.
Caso não saiba, o feijão soja e os derivados do milho por exemplo, são utilizados em centenas de produtos existentes nas prateleiras dos supermercados, como margarinas, bolachas, iogurtes, chocolates, etc.
Na realidade a manipulação genética é uma experiência científica à escala mundial em que todos somos cobaias e da qual não se sabe minimamente quais vão ser os resultados. Enquanto que um produto farmacêutico requer muitas vezes 15 anos de testes rigorosos para ser aprovado (e ainda assim muitas vezes é retirado do mercado) os alimentos GM não foram sujeitos a um escrutínio rigoroso, tendo em consideração os efeitos a médio e a longo prazo na saúde e no ambiente. Isto, porque quem parece lucrar com todo este processo são meia dúzia de multinacionais que exercem uma enorme influência junto de governos e da "elite" intelectual e económica mundial. Segundo um artigo recente da "Time" já se testaram cerca de 4500 plantas GM e para as companhias de biotecnologia isto representa um aumento de vendas de 75 milhões de dólares para 1,5 biliões de dólares anuais em apenas dois anos.
A filosofia subjacente à manipulação genética é de que a natureza não é perfeita e de que a ciência pode substituir o seu papel, com melhores resultados: podemos ter melhores colheitas, evitar a fome no Mundo e ter espécies vegetais mais resistentes a pragas. Infelizmente, nenhum destes pressupostos está provado e os problemas mencionados existem e continuarão a existir enquanto não se alterarem muitas das realidades económicas e sociais modernas.
As colheitas GM são imprevisíveis e existem numerosos artigos nos principais jornais médicos avisando das suas possíveis consequências. O "New England Journal of Medicine" (um dos mais prestigiados jornais médicos mundiais) alertou para o risco do aumento de alergias mortais e criticou a FDA (Food and Drug Administration) por favorecer a indústria em detrimento da protecção do consumidor.
O que são na realidade os alimentos geneticamente manipulados?
São alimentos cujos genes foram modificados ou manipulados pelos humanos de forma a que exibem características que não teriam no seu estado natural. A engenharia genética cruza espécies que naturalmente não se cruzariam. Assim, por exemplo, cruzaram-se genes de um peixe em morangos e em tomates.
As culturas onde se utiliza mais manipulação genética são o feijão soja, o milho, colza e algodão. A maioria dos organismos GM existem em duas variedades: "resistente aos insectos" e "tolerante aos herbicidas". As culturas resistentes aos insectos são também chamadas "pesticidas plantas" porque a planta é considerada (e regulada) como um novo insecticida. A planta à medida que cresce produz uma toxina de insecto em cada célula e durante toda a estação de crescimento. Quando comemos milho GM resistente a insectos, por exemplo, estamos a comer um pesticida.
Antigamente, um agricultor tinha que ter cuidado com a utilização de herbicidas porque estes podiam destruir a colheita. Agora a cultura é alterada geneticamente de forma que não seja danificada pelo produto químico. Como resultado, os agricultores podem utilizar muito mais pesticidas, que vão terminar no nosso prato à hora das refeições.
Ao mesmo tempo, quando os organismos GO são libertados no ambiente qualquer estrago que produzam é irreversível. Os organismos GO são organismos vivos, pelo que se podem multiplicar, mutar, reproduzir-se com outros organismos vivos, durante muitas gerações. Potencialmente, a poluição biológica produzida pelos organismos geneticamente manipulados é muito mais perigosa do que a poluição química ou nuclear.
A mim, estas técnicas assustam-me, porque acredito que existe uma ordem natural à qual não devemos e não podemos fugir. Brincarmos a Deus é perigoso, letal e demonstra uma enorme arrogância para com uma Natureza que é misteriosa, mas generosa, justa e perfeita. Existem formas de alimentar todo o mundo, se para tal, utilizarmos métodos de agricultura e estilos de vida mais equilibrados e sustentáveis.
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