segunda-feira, 25 de julho de 2011

Descoberto o maior reservatório de água do universo

Cientistas detectam maior reservatório de água do universo

Registo feito num quasar a 12 mil milhões de anos-luz


Ilustração do quasar APM 08279+5255 (Imagem: Nasa / ESA)
 Duas equipas de astrónomos lideradas por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram o maior e mais distante reservatório de água jamais encontrado no universo.
A massa de água localiza-se a 12 mil milhões de anos-luz, pelo que as imagens são de uma altura em que o universo tinha apenas 1,6 mil milhões de anos, e corresponde a 140 triliões de vezes toda a água dos oceanos terrestres, de acordo com a NASA e com o estudo que foi publicado na revista “Astrophysical Journal Letters”.
           A água encontrada está a envolver um quasar -  um objecto brilhante e muito distante no universo, localizado no núcleo de uma galáxia e “alimentado” pela energia de um buraco negro supermassivo.

 O APM 08279+5255, quasar observado nesta investigação, tem um buraco negro 20 mil milhões de vezes mais massivo do que o Sol e produz energia superior à energia de triliões de sóis.
O vapor de água ajuda a compreender a natureza deste quasar e a sua medição revela que há gás suficiente para alimentar o buraco negro até que atinja seis vezes o seu tamanho.
O gás libertado pelo buraco negro apresenta uma temperatura de 53 graus negativos, o que é cinco vezes mais quente do que os gases soltos na Via Láctea. “O ambiente em volta deste quasar é muito peculiar e é por isso que produz essa grande massa de água”, disse Matt Bradford, cientista do Laboratório da NASA, em Pasadena (Califórnia).
Embora já se tivesse detectado vapor de água em outras partes do universo, nunca tinha sido em tão grandes quantidades. De acordo com Matt Bradford, a nova descoberta “é uma demonstração de que a água está por todo o universo, mesmo nos seus primórdios".

Fonte: CiênciaHoje

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A pior tragédia humanitária do mundo, está a acontecer no chamado Corno de África

A maior seca dos últimos 60 anos afecta a Somália, o Quénia, a Etiópia, o Uganda e o Djibuti. "Há décadas que não vimos nada assim", contam os responsáveis das ONG no terreno. 
Estes responsáveis, habituados a tantos anos de tragédias semelhantes e endurecidos por anos de trabalho nunca viram uma 'coisa assim', e não conseguem reter as lágrimas.


Sainab Yusuf Mohamed partiu com os filhos e calcorreou centenas de quilómetros à procura de ajuda. "Não tínhamos nada para comer". Quando chegou a Bardhere, no Sul da Somália, contou à Reuters que um dos seus filhos não resistiu. "Depois, quando estávamos a enterrar o seu corpo, o meu segundo filho também morreu". Não tinha nada, perdeu tudo à procura de alguma coisa.

Fatuma também deixou a Somália, caminhou um mês com os quatro filhos, de três a dez anos, para tentar chegar a um campo no Quénia. Fez mais de 400 quilómetros e até levou as suas 15 cabras, mas viu-as morrer pelo caminho, uma a uma. "Estava muito calor, havia poucos abrigos", contou a um activista da Save the Children, que depois repetiu a história ao diário britânico Independent. "Deixei o meu marido, não sei se o volto a ver."

Sainab Mohamed e Fatuma arriscaram tudo para chegar a Dadaab, no Norte do Quénia, um campo preparado para receber 90 mil pessoas. Agora é o maior campo de refugiados do mundo, vivem lá 382 mil pessoas e a hemorragia está longe de estancar. Mais de 54 mil atravessaram a fronteira na Somália para procurar ajuda, só em Junho. Por cada dia chegam ao campo de Dadaab pelo menos 1400 pessoas, e outras 1700 pedem ajuda no campo de Dolo Ado, na Etiópia. Mais de metade das crianças que chegam estão subnutridas. Num só campo, escreveu ontem o Independent, estão a morrer 60 bebés por dia.

Refugiados num campo na Somália (Foto: Feisal Omar/Reuters) 
 Dos 7,5 milhões de habitantes da Somália há 2,8 milhões a precisar de ajuda urgente, segundo a ONU. A seca não é uma realidade estranha no Corno de África, mas este ano as chuvas de Abril e Maio chegaram tarde e foram um terço do habitual. É a pior seca das últimas seis décadas: afecta a Somália, Quénia, Etiópia, Uganda e Djibuti, 12 milhões de pessoas segundo as estimativas de organizações humanitárias, mais do que toda a população de Portugal. Os alimentos são poucos e o preço dos que existem disparou. Volta a falar-se de fome, muita fome.
 Tragédia inimaginável
"É uma tragédia humanitária de proporções inimagináveis", disse o responsável do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), António Guterres, que na sexta-feira visitou um campo de refugiados somali na Etiópia. "Esta é hoje a pior tragédia humanitária do mundo."

"Há décadas que não vimos nada assim. Funcionários endurecidos por anos de trabalho choram perante o que vêem", afirmou ao Independent Louise Paterson, directora da organização não governamental britânica Merlin na Somália e no Quénia.

Nos campos geridos pela ONU há cada vez mais dificuldades em garantir os apoios mais essenciais, como o acesso à água e a condições sanitárias. "Inúmeras pessoas" nem chegam aos campos porque morrem pelo caminho, segundo o ACNUR, e ao alerta de Guterres juntam-se os de diversas outras organizações humanitárias.

Num comunicado conjunto, o Fundo da Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Alimentar Mundial e a ONG Oxfam apelaram a um maior apoio para colmatar os efeitos da seca "que expõe milhões de homens, mulheres e crianças à devastação da fome e da subnutrição". "Mais de 50 por cento das crianças que chegam aos campos da Etiópia estão num estado crítico de subnutrição e temos cada vez mais informações de crianças que morrem de fome no trajecto", disse a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming. Outras chegam tão fracas que acabam por morrer nas primeiras 24 horas.

Há zonas da Etiópia em que o preço do milho duplicou desde Maio, e na Somália chega a pagar-se mais 240 por cento pelo sorgo vermelho.  
   

                                            Fontes: LUSA; Jornal PÚBLICO; REUTERS; GOOGLE.                                      

sábado, 9 de julho de 2011

Grávidas perante Mitos e Crenças

82 por cento das grávidas mudam comportamentos face a mitos

Investigadora Maria Fátima Martins premiada com a melhor comunicação pela OEP

Evitar fios ou cintos para a criança não nascer “esganada” com o cordão umbilical. 

Não usar chaves nem beber por copos rachados, pois o bebé pode nascer com lábio cortado.

Não comer polvo, porque pode provocar aborto ou manchas.

Coser roupa vestida ou usar alfinetes pode trazer complicações à criança. 

Evitar funerais pois o feto pode morrer, ficar amarelo, mudo, com espírito do falecido e acreditar que se a barriga estiver empinada é rapaz ou redonda é rapariga são alguns dos mitos que ao longo dos anos têm sido identificados pelas grávidas.

Maria Fátima Martins, da Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho (UMinho), foi distinguida recentemente pela Ordem dos Enfermeiros Portugueses (OEP) com o prémio da melhor comunicação livre, que foi apresentada num congresso internacional em Malta, pelo estudo «A Educação para a saúde e as tradições durante a gravidez». A investigação conclui que 82 por cento das mulheres entrevistadas modificaram os seus comportamentos durante a gravidez em função do estabelecido por determinados mitos e crenças.

O projecto teve como objectivo analisar os comportamentos expressos pelas grávidas dependentes de tradições e conhecer a importância que os enfermeiros atribuem às mesmas. “Os resultados podem induzir que os mitos e as crenças são percebidos como elementos de segurança, de protecção, de conservação, de fé e de tradição que é necessário manter”, referiu.
Segundo Maria Fátima Martins, “verificou-se que os enfermeiros, durante as consultas de vigilância pré-natal, raramente abordam a temática dos mitos, das crenças ou das tradições. Esta omissão leva a que as mulheres vivam a sua gravidez num clima permanente de ansiedade, de medo ou mesmo de insegurança”.

O trabalho deu origem ao livro «Mitos e Crenças na Gravidez – Sabedoria e Segredos Tradicionais das Mulheres de Seis Concelhos do Distrito de Braga», de 340 páginas, editado pela Colibri.

Alguns dos mitos ainda adoptados defendem que não se deve comer polvo e evitar fios, cintos ou funerais, que cara com sardas é menino, cara limpa é menina; subir a escada com pé direito é sexo masculino, pé esquerdo é feminino; ser proibido cheirar flores, senão o bebé pode nascer com uma flor no corpo, marcas ou manchas; se a grávida não comer o que deseja, a criança pode nascer com a boca aberta ou com o cabelo “espetado”; uma mulher grávida recusar ser madrinha, pois pode provocar a morte do bebé que está na barriga ou do que vai ser baptizado; se ao amamentar deitar restos de comida ao lixo e um animal fêmea prenha os comer, a mãe pode ficar sem leite; entre outros.
 
Sobre a investigadora:
Maria Fátima Silva Vieira Martins, de 47 anos, é natural de Amares e professora na Escola Superior de Enfermagem (ESE) da UMinho. Licenciou-se em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica pela Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian em Braga, tirou o mestrado em Sociologia da Saúde e é doutoranda em Sociologia, também pela UMinho. Participou e apresentou comunicações/posters em diversos congressos nacionais e internacionais, publicou vários artigos científicos e um livro. Esta distinção valeu-lhe a participação na comitiva da Ordem dos Enfermeiros que se deslocou a Malta para a conferência do Conselho Internacional de Enfermeiros – International Council of Nurses (ICN).

Fonte: Ciência Hoje

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dinossauros da Lourinhã atraem atenções do Discovery Channel

Terópode português é referência na paleontologia internacional

  
Uma equipa do canal televisivo norte-americano Discovery Channel está hoje a filmar vários achados e jazidas de dinossauros na Lourinhã para um documentário temático de seis episódios, que estreia em Setembro nos Estados Unidos.

   

Exemplar no Museu da Lourinhã.
    Durante as filmagens do programa, repartidas entre o Museu da Lourinhã e locais onde foram descobertas jazidas de dinossauros, o director de animação do programa, John Tindall, disse que a Lourinhã vai retratar os dinossauros portugueses num dos seis episódios.
O responsável explicou que a Lourinhã “é uma referência” na paleontologia internacional, por ser “um dos locais do mundo com maior concentração de achados de dinossauro e de espécies”. A produção do programa está a recolher imagens dos dinossauros mais característicos descobertos no concelho e das respectivas jazidas aí existentes.

Intitulada «A revolução dos dinossauros», a série vai conjugar a ciência com o entretenimento, aliando as explicações científicas a uma história animada, contada com imagens tridimensionais, sobre aspectos como as migrações de dinossauros e as diferenças de tamanhos entre eles. “Neste documentário, estes animais ganham vida através de personagens que estamos a criar”, explicou John Tindall.

“A vinda do Discovery Channel a Portugal e à Lourinhã representa mais um passo no trabalho que temos vindo a fazer na afirmação do Museu da Lourinhã a nível internacional e no reconhecimento dos nossos achados pela ciência”, afirmou o paleontólogo Octávio Mateus.


Museu da Lourinhã contribuiu com novas espécies.
Museu da Lourinhã contribuiu com novas espécies.

Com filmagens repartidas entre Portugal, Estados Unidos e Canadá, o documentário vai estrear em Setembro para os espectadores norte-americanos, desconhecendo-se a data para ser visto em Portugal. Os fósseis de dinossauros descobertos na Lourinhã têm 150 milhões de anos e estão expostos no museu local, que por ano recebe cerca de 25 mil visitantes. Os primeiros achados, vértebras e costelas de um dinossauro saurópode herbívoro, foram descobertos há 27 anos nas arribas da praia de Porto Dinheiro.

Espécie de referência na ciência

A raridade do achado levou os paleontólogos a classificá-lo como uma nova espécie de referência para a ciência, ganhando o nome de “Dinheirosaurus lourinhanensis”.

Em 1993, o casal Isabel Mateus e Horácio Mateus viria a descobrir nas arribas da praia de Paimogo um ninho de dinossauro carnívoro terópode, com uma centena de ovos com embriões, o único em toda a Europa e o segundo mais antigo em todo o mundo. Os cientistas vieram a concluir que estavam perante uma nova espécie até então desconhecida, apelidando-o de “Lourinhanosaurus antunesi”.

O Museu da Lourinhã contribuiu com a descoberta de outras quatro novas espécies de dinossauros, sendo de destacar parte do esqueleto e crânio de um estegossauro herbívoro (“Miragaia longicolum), dentes, vértebras e partes dos membros inferiores e posteriores de um ornitópode camptosaurídeo (“Draconyx loureiroi”) e de parte do crânio do terópode carnívoro “torvosaurus taneri”, que se encontram em exposição.

Fonte: Ciência Hoje
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